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22 de setembro de 2010

BOLETIM ARTE NA ESCOLA N°59

COLEGAS ARTE-EDUCADORES,

Acesse ao site http://www.artenaescola.org.br e leia o boletim Arte na Escola n° 59.
Esta edição está dedicada ao Ensino do Teatro, sobre como anda essa prática na realidade da escola brasileira. Tem também como preparar seus alunos para uma visita ao teatro. A avaliação em Arte e muito mais.
Ainda, você pode acessar ao número anterior que trouxe como matéria central a discussão sobre Dança, uma responsabilidade da Ed. Física ou da Arte?

CONFIRA!

PARA SABER MAIS:

As linguagens artísticas e suas possibilidades de leituras - Teatro

Profª Dra. Vera Rocha
Doutora em Educação/Ensino de Arte
Pesquisadora Permanente da Pós- Graduação em Artes Cênicas e
Professora Visitante do Departamento de Artes Cênicas da UFRN



Discutir e refletir a prática do ensino de arte no que diz respeito às ações pedagógicas do professor, acreditamos ser uma medida louvável e que demanda uma atitude de constância, uma vez que o preparo do professor para o ensino da mesma vem sofrendo, ao longo da história da educação, uma série de preconceitos e equívocos.
O que mais se ressalta nas propostas contemporâneas, de ensino de arte, é a necessidade da alfabetização estética e artística dos indivíduos, pois só desta forma o Homem (ser social e cultural) terá condições de situar-se no mundo, interagir com ele em todas as suas várias dimensões tornado-se um criador de cultura.
Se nossa abordagem diz respeito às linguagens artísticas e suas possibilidades de leituras, importante se faz situarmos nosso entendimento sobre arte e sobre o ato de ler.
Nosso entendimento de arte é o que a define como conhecimento construído pela humanidade, sistema de signos usados pelo ser humano para comunicar, revelar, denunciar, expressar, propor; ou seja,como formas de perceber, ver e interagir com o mundo.
Como construção cultural a arte marca e é marcada pelo contexto sócio-econômico, pelo tempo histórico no qual é produzida e como toda produção humana, ela está sempre em processo de transformação. Se buscarmos clareza dos elementos que são estruturadores da arte como linguagem, como sistema sígnico, ou seja , como construção cultural, teremos condições de formular propostas mais adequadas ao seu ensino, de modo que os indivíduos se apropriem das linguagens artísticas numa perspectiva ampla, histórica e, portanto transformadora. Possibilitando desta forma uma leitura de mundo mais completa, num amplo espectro de seus vários dizeres.
Ao abordarmos a questão da leitura não podemos desconsiderar os múltiplos olhares, múltiplos interesses que cabem a mesma, uma vez, que o que vai determinar o tipo de leitura dependerá de onde este leitor estiver situado na sociedade, levando em consideração os aspectos sociais, econômicos, políticos e culturais, nos quais o mesmo se insere. e se relaciona
Consideramos ler como “inteirar-se do mundo e de si próprio como um processo de compreensão, de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem” (Martins,1994, p.30). Ou seja, nas várias linguagens. Ao consideramos o aspecto do ler/escrever, como código arbitrário “criado como instrumento de comunicação, registro das relações humanas, das ações e aspirações dos homens […]”.(Martins 1994, p.18); necessário se faz ter conhecimento do significado da representação dos códigos referentes a cada linguagem. Ser introduzido, ter acesso ao mesmo.
O ato de ler implica nas disponibilidades que o sujeito possui naquele momento, disponibilidades referentes a sua estrutura mental e orgânica que dizem respeito ao processo de aquisição para dados conhecimentos; bem como na relação que o leitor estabelece entre o texto lido com os conhecimentos já possuídos por ele, sobre a abordagem de dado discurso; bem como suas inferências, associações.
Todo discurso insere-se em um dado tempo e espaço e revela-se além da simples decifração de seus códigos. De esta forma ler vincula-se a capacidade de compreender, de dar sentido ao que é lido.Sendo assim, nós só podemos compreender, dar sentido, o que para nós é significativo.
Ao abordarmos o teatro e suas possíveis leituras, primeiramente teríamos de identificar a que significado de teatro estamos nos referindo; estamos nos referindo ao prédio onde se realizam espetáculos teatrais? A profissão de ator? Ex. fulano faz teatro. A um conjunto de textos dramáticos? Empresa de espetáculos? Ex: Teatro Novo Mundo – Cia. de Entretenimento. Através do próprio termo Teatro, já podemos perceber a multiplicidade de significados que este possui, dependendo do contexto em que foi produzido.
Em nosso caso específico abordaremos a escrita cênica teatral - o espetáculo de teatro; teatro enquanto linguagem artística, enquanto processo comunicativo – a representação teatral. Neste sentido o processo de acesso ao seu entendimento implicará no acesso ao conhecimento da constituição básica desta linguagem.
Na representação teatral tudo é signo; o texto do autor, a iluminação, a cenografia, o desempenho do ator, etc…; tudo é convenção. Que ao longo do tempo e de sua prática se estabelece passando a identificar a identificar épocas, países e escolas, conforme abordagem de Girard, Oulet e Rigault (1980, p.27).Só o ator não é signo, o ator no caso é ele próprio.
A linguagem teatral utiliza-se de várias outras linguagens: da gestual, da música, da iluminação, etc; porém ao fazer uso de outras linguagens , de outras artes, não significa que o faz num ajuntamento ou superposição aleatória das mesmas. Estas diversas linguagens são ordenadas e relacionadas de forma específica, ou seja, dentro de padrões básicos referenciais da linguagem teatral, que ao nos depararmos diante de dada manifestação estética seremos capazes de identifica-la como teatral.
A organização destas linguagens distintas, numa mesma perspectiva e dentro dos princípios do fazer teatral é que constituirá o seu discurso. E a que referencial básico nos referimos? Neste sentido farei uso da referência feita por Fernando Peixoto (1980, p. 09), ao situar a representação teatral:
“Um espaço, um homem que ocupa este espaço, outro homem que observa. Entre ambos, a consci6encia de uma cumplicidade, que os instantes seguintes poderão até atenuar, fazer esquecer, talvez acentuar: o primeiro, sozinho ou acompanhado, mostra um personagem numa determinada situação, através de palavras ou gestos, talvez através da imobilidade e do silêncio, enquanto o segundo, sozinho ou acompanhado sabe que tem diante de si uma representação[…], previamente ensaiada ou improvisada […] de acontecimentos que reconstituem imagens da fantasia ou da realidade.”.
A relação estabelecida por esta tríade é marcada pelas influências sócio-políticas econômicas e culturais, ao longo da história; neste sentido podemos dizer da impossibilidade de uma única definição de teatro poder dar conta dos vários teatros existentes, que foram se estabelecendo ao longo dos processos histórico-culturais no mundo.Vamos ter o teatro que se estruturou sobre a primazia do texto; sobre a primazia do ator; do improviso; do diretor; e etc. Vamos ter o teatro que hora relega o papel do autor; hora relega o papel do ator ou da platéia. Também vamos verificar a constituição dos vários gêneros teatrais e a variação de sua função social.
Ao situarmos nosso referencial sobre arte, sobre leitura e sobre teatro, o fizemos no sentido de subsidiar as possíveis leituras que poderão advir a partir da relação estabelecida a partir deste entendimento; proposta pelo professor aos seus alunos, objetivando o acesso dos mesmos a linguagem teatral, aos elementos básicos que constituem esta linguagem.
Neste intuito consideramos de fundamental importância o professor ter clareza do objetivo do trabalho a ser desenvolvido com os alunos; considerar o entendimento que o aluno já possui sobre esta linguagem; e o nível de desenvolvimento cognitivo do mesmo. Consideradas estas questões iniciais, então o conhecimento dos códigos teatrais poderão ser ampliados, a leitura teatral poderá ser enriquecida através da introdução de outras leituras; da relação que se pode estabelecer entre os vários elementos que constituem a linguagem teatral numa dada encenação, numa dada época; ou a sua variação em relação a um contexto histórico específico; a um gênero; a um estilo ou a um tema.
Sendo a leitura das linguagens artísticas a produção de sentido através da apreensão das significações desta linguagem num dado tempo e espaço, através da inte-relação da mesma, feita pelo leitor, com seu tempo e espaço (seu contexto histórico –social) através de suas emoções, sensações e dos conhecimentos dos seus códigos. Neste sentido permitindo sua decodificação ter múltiplas interpretações. Neste sentido permitindo ao aluno seu acesso a cultura, contribuindo para que ele seja um criador de cultura.

REFERÊNCIAS
GIRARD,Gilles; OULELLET Real e RIGAULT Claude. 1980.O Universo do teatro – Coimbra: Almedina
MARTINS, Maria Helena. 1994. O que é leitura. – São Paulo: Brasiliense.
MARTINS, Miriam; PICOSQUE Gisa e GUERRA, Terezinha. 1998. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. – São Paulo: FTD,
PILAR, Analice Dutra ( Org.) 1999. A Educação do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Ed. Mediação.
PEIXOTO, Fernando.1980. O que é teatro – são Paulo.Brasiliense.
J. GUINSBURG; COELHO, Teixeira;CARDOSO.Reni.1978. Semiologia do teatro (coletânea). – São Paulo: Perspectiva

19 de setembro de 2010

EDUCATIVO 29ª BIENAL - A CURADORA EDUCACIONAL DA BIENAL, STELA BARBIERI FALA DAS AÇÕES, CONCEITOS E DASAFIOS DO PROJETO EDUCATIVO

A partir do próximo dia 25 de setembro tem início a 29ª Bienal de São Paulo. Mas tem início apenas para o público, porque para a equipe do Projeto Educativo o evento começou há meses com o planejamento das atividades e a capacitação de educadores de escolas públicas e particulares, ONGs, comunidades e associações culturais. “O Educativo estrutura-se por meio dos seguintes princípios: a ideia da aproximação com a arte pela via da experiência; a noção de autonomia; a importância da troca e do diálogo; e o respeito aos diferentes repertórios. Acreditamos que o trabalho com arte deve, sobretudo, respeitar o olhar de cada um e provocar mais incertezas do que verdades. Nesse sentido, a atividade educativa adquire uma dimensão política, ao estimular o contato com o manancial criativo e inquietador de cada um”, diz a curadora educacional da 29ª Bienal, Stela Barbieri.
Em entrevista exclusiva ao Acesso, Barbieri fala sobre as ações, conceitos e desafios do Projeto Educativo para essa edição da Bienal. Confira o vídeo!
ACESSE: http://www.blogacesso.com.br/?p=3270 e fique por dentro das discussões e reflexões sobre o Projeto Educativo da 29ª BIENAL.

12 de setembro de 2010

BATE-PAPO COM O ARTISTA MIRO SOARES

Projeto:ENCONTROS COM O ARTISTA

Miro é ex aluno do DAV, atualmente esta fazendo doutorado
na Universidade Saint-Charles, Sobonne - Paris I - França
e tem realizado projeto de residência em vários países, taic como:
Alemanha, Holanda, Letônia, etc.


Dia: 14 de setembro (terça-feira)
Sala: 01 - Departamento de Arte - Cemuni I
Horários: 09:00 (turno da manha)
19: 00 (noturno)


Sobre os projetos desenvolvidos pelo artista:

"Nos ultimos 4 ou 5 anos eu tenho produzido basicamente trabalhos de photo, video e video-instalacao. Minha pesquisa no doutorado é chama-se "O desraizamento voluntario como processo de criaçao - Produçoes audiovisuais em contexto de mobilidade": roadmovies, filmes de viagens, estar em transito, retratos de cidade, deambulacoes no espaco urbano, deriva, incursao a naturais vazios ou longinquos etc. Essa é linha conceitual do trabalho recente e da pesquisa teorica. Ligado a isso, do ponto de vista mais pratico e formal, tenho trabalhado sobre dispositivos contemporaneos de criacao e difusao para trabalhos audiovisuais: midias portateis (principalmente telefone celular), instalacoes multi-telas, ou instalacoes em tela unica em muito longa duracao, looping, coisas de cinema experimental e qualquer dispositivo no sentido de romper com o principio de inicio-e-fim do cinema industrial. "

"Ligado a esses dois pontos, da mobilidade e dos dispositivos de producao, eu gosto do principio de producao sem roteiro pre-determinado, da ideia de explorar a criacao do trabalho audiovisual a partir dos estimulos do proprio lugar. Dai a viagem ganha relevancia. Um dos workshops que costumo ministrar chama-se " Caminhar e Criar - Producoes audiovisuais em deslocamento" (Roubei o "caminhar e criar" do Thierry Davila, que gosto muito). "

"De todo modo eu continuo tambem tendo relacao com desenho e pintura no meu trabalho. Isso acaba sendo algo mais indireto, mas esta sempre presente nos trabalhos. Eu tendo manter uma relacao forte da composicao da imagem em photo e video com a pintura. Inclusive esse foi o workshop que preparei na Lituania, ja que a maioria dos estudantes eram do departamento de pintura da faculdade de artes. O titulo do workshops é "ALEM DA TELA - A incursao do desenho e pintura no espaço tridimensional e o uso de ferramentas digitais".

www.mirosoares.commiro@mirosoares.com

FORMAÇÃO CONTINUADA - Dialogando com as Diferentes Linguagens Artísticas

Ontem, dia 11 de setembro realizamos na Sala 04 do IC IV do Centro Pedagógico, na UFES mais um encontro da Formação Continuada: Dialogando com as Diferentes Linguagens Artísticas. A temática deste encontro foi sobre as Artes Cênicas e Musicais na Educação e tivemos como contribuidores para a reflexão os professores Fábio Melo que relatou sobre sua experiência com Artes Cênicas como proposta metodológica educacional e do Professor Mestrando Ademir Adeodato que contribuiu com informações específicas da música, das discussão sobre a obrigatoriedade da Música na Educação e de uma atividade prática com o grupo participante do encontro.
AGUARDE! Brevemente acrescentaremos nessa postagem os textos com as apresentações elaboradas pelos professores convidados.

CONVITE DE EXPOSIÇÃO

CINTIA BOLZAN, Arte-Educadora e Artista Plástica, participante da Formação Continuada Dialogando com diferentes Linguagens Artísticas/GEPAE convida para visita Exposição de Telas "COLONIZAÇÃO ALEMÃ NO ES" - no Espaço Cultural EJUD - TRT 17ª REGIÃO, na Av. Cleto Nunes, 85 - Edufício Vitória Park, 12º andar - Centro de Vitória/ES.

Visitação: de 02 a 28 de setembro de 2010.
De segunda a Sexta-feira / de 13 às 19 horas

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